Minha senhora, deixa eu te contar uma curiosidade que eu tenho certeza de que você não sabia. Durante a produção de nossas coleções nós sempre estudamos e fazemos muita pesquisa, afinal o objetivo é sempre entregar o melhor e mais perfeito possível.
E para nossa última coleção de 2022 não foi diferente, como utilizamos a cor de 2023 como base, no caso o magenta, pesquisamos a respeito dessa tendência e encontramos uma coisa superinteressante, que até cheguei a comentar no blog passado, mas senti que esse assunto merecia um texto próprio falando da referência dessa cor e a origem do corante usado em muitos produtos. Estou falando sobre a Cochonilha.
A Cochonilha (Dactylopius Coccus) é um inseto de origem mexicana, utilizado para a criação do corante natural vermelho carmim, um dos com mais alta demanda de todo o mercado, sendo requisitado por vários tipos de indústrias além da cosmética, como por exemplo a alimentícia, usado na composição de biscoitos, frutas vermelhas, sorvetes etc. E a farmacêutica, na preparação de alguns comprimidos.
Interessante, não é? Muitas pessoas acreditam que as cores dos produtos são feitas de forma industrializada, e até são, mas boa parte é criada a partir de matéria-prima natural. Alguns até preferem desse jeito, por ser algo que o planeta está oferecendo, não criando muitos riscos a saúde.
E não vá pensando que a utilização da Cochonilha é algo novo, pois não é. Desde a o século 15 esse corante é usado para colorir produções, onde imperadores espanhóis as importavam para tingir suas roupas e móveis de alto padrão.
Naquela época por ser uma matéria-prima de luxo, obviamente era muito visada. A o caso em que piratas ingleses conseguiram roubar cerca de 27 toneladas do corante de um navio espanhol. Quando o negócio é de qualidade todo mundo quer para si.
Falando sobre a produção em si, para a extração do corante a duas formas, a primeira é onde os insetos são esmagados e o material é extraído com amônia. A segunda é partir da desidratação, que após esse processo o corante ácido é tirado.
Eu até tinha achado meio cruel a forma que é feita essa extração e vi que a uma polêmica em volta disso, onde grupos veganos são contra a matança dessas criaturas, e por serem utilizados em alimentos.
Porém, em minhas pesquisas descobri que a Cochonilha pode danificar, e matar, seus hospedeiros, no caso os cactos de pera espinhosa, onde se alimentam dos nutrientes da planta. Essa alimentação acaba drenando todos os seus recursos e isso pode fazer com que esses insetos se espalhem para outros cactos, começando a se tornar uma praga.
A extração de corante consegue amenizar os danos que esses bichinhos fazem no meio-ambiente, evitando a mortalidade dos cactos. O fato de toda a produção ser em estufas também acaba sendo uma boa prática agrícola, oferecendo controle e qualidade.
E falando em qualidade, quero ressaltar o quanto esse tipo de corante é ótimo, sendo um dos melhores do mundo natural. Para mim que trabalha com cores a todo o momento ela é perfeita, porque a estabilidade ao calor e à luz oferecida é excelente, onde consigo ter variadas tonalidades, conseguindo aplicar para o rosa, vermelho, laranja e até mesmo alfazema.
Superinteressante, não é? Então agora vou te falar o que você pode fazer, da uma pesquisada no Google para ver realmente esses bichinhos e entender melhor o processo de extração da cor.
Eai, você não esperava que um pequeno inseto poderia oferecer tanto para nossas produções não é mesmo? Em nosso planeta há uma variedade enorme de seres e plantas que podem nos propor muita coisa boa. Então se você gosta de uma cor forte e chamativa, ir atrás desse corante vai ser uma boa hein. E que tal aos poucos a gente ir descobrindo como é feito cada cor?
Até o próximo blog.
Beijuuu!
Peter Paiva
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